Alternativa de aproveitamento de resíduos orgânicos apresenta melhores resultados na produção de hortaliças

A Escola de Tempo Integral (ETI) Fidêncio Bogo, localizada na região rural do Taquaruçu Grande, em Palmas, promoveu durante a quinta-feira, 4, uma oficina de gongocompostagem. A técnica consiste no aproveitamento de resíduos orgânicos de origem vegetal por meio dos diplópodes, popularmente conhecidos por gongolos, piolhos de cobra, grangugir ou gagugi na produção de húmus de gongolo, que apresenta propriedades biológicas adequadas ao uso como substrato para mudas de hortaliças.

A atividade faz parte do projeto de melhoria da qualidade ambiental e segurança alimentar de populações de baixa renda e merenda escolar promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Foi ministrada pelos técnicos da Embrapa TO, Divonzil Cordeiro, e da Embrapa RJ, Maria Elizabeth Correia, e contou com a participação de alunos e servidores da escola.

Os gongolos fragmentam matéria vegetal graças a seu aparelho bucal tipo mastigador, que possibilita grande eficiência para triturar resíduos sólidos como por exemplo o papelão. O resultado, que já vem se tornando conhecido como gongocomposto, fornece os nutrientes necessários ao desenvolvimento de várias espécies olerícolas. Toda matéria de origem vegetal seca, como aparas de grama, folhas, resíduos agrícolas ou de poda urbana são indicados na gongocompostagem, desde que contenha de 30 a 40% de leguminosas, que fornecem o nitrogênio no processo, visando o equilíbrio de nutrientes no produto final. 

O estudante do oitavo ano Isaque Silva do Nascimento explicou que o processo se inicia com a coleta dos gongos na área de proteção ambiental da escola, adjacente ao córrego. “Agora vamos separar e colocar os gongos nos recipientes, junto com as sobras de vegetais, para iniciar a produção do húmus. Em breve teremos na merenda as hortaliças produzidas com este trabalho”, comemorou.

Técnico da Embrapa Tocantins, Divonzil considera que o melhor local para aplicação de novas tecnologias é a escola. “Queremos mostrar para as crianças que o grangugi pode atuar a nosso favor, decompondo material seco disponível em todo lugar e sobras da cozinha ou da jardinagem. A partir daí, pode ser utilizado como bioinsumo na produção agroecológica, gerando alimentos saudáveis sem adubo químico ou agrotóxicos”, finaliza.

 

Texto: Redação Semed

Edição: Denis Rocha/Secom

Agencia Palmas

5 de abril de 2024

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